Venho observando constantemente a furia da Mãe Natureza e a cada ano sinto que ela aumenta, não gradativa, mas assustadoramente.
Quanto tempo ainda vai levar para a sociedade tomar consciência que nós devemos mudar nossos hábitos de consumo?????
O tempo todo é uma enxurrada de lançamentos imobiliários, facilidades imensas para se comprar um carro zero e toda sorte de parafernálias eletrônicas que as pessoas acreditam que não podem mais viver sem.
Será???
Venho observando essa mesma sociedade se desvinculando de toda e quaisquer responsabilidades pela degradação do meio ambiente e consequentemente com a degradação do ser humeno que aqui habita.
Seca nas margens do rio Amazonas, enchentes no sul e sudeste do Brasil, nevascas horrendas no hemisfério norte, terremotos, tsunamis.
Tragédias anunciadas há muitos anos por cientistas, ambientalistas e até por autoridades internacionais e quase nada , praticamente nenhuma providência foi tomada.
Muito pelo contrário, os seres humanos continuam a ser predadores da natureza e predadores de seres humanos.
Ao invés do poder constituido tomar providências reais, a preocupação maior é se perpetuar no poder em detrimento do bem estar social e da natureza como um todo.
Realizam-se obras mirabolantes, como a estúpida transposição do rio São Francisco e em nome do crescimento econômico saem desmatando, removendo populações, desestruturando localidades e deixando tudo inacabado, destruído e inviabilizado.
Ao invés de políticas públicas de planejamento familiar, controle da natalidade, orientação adequada,educação de qualidade,cuidados básicos de higiene e saúde, se prefere dar um paliativo, um "cala boca", uma "mesada', que não transforma pessoas em cidadãos e não dá dignidade, legitimidade, nem futuro.
Diante da inevitável tragédia em um paíz distante nos deparamos perplexos com a perda de um ser humano que buscou fazer diferente, que através da orientação e do conhecimento ajudou a salvar vidas e levar uma real esperança de futuro para centenas de milhares de pessoas.
Assim como Zilda Arns, perdemos também Ruth Cardoso,mulheres de fibra, de visão e que souberam criar uma rede de proteção para pessoas que sempre foram massa de manobra para os interesses de pessoas de má índole.
Agora, cabe a nós que aqui ficamos tomarmos nas mãos suas bandeiras e seguir adiante!
Cabe a nós, artistas, ambientalistas, pessoas de boa vontade,levarmos qualidade para o nosso dia-a-dia, consumindo apenas o verdadeiramente necessário e criando material de qualidade para ser consumido pelo maior número possível de pessoas.
Não tenhamos medo de colocar o pé na estrada, seja ela qual for e levar cultura, entretenimento e lazer diferenciado para quem procura por ele.
Somos maiores que a mídia institucionalizada! Temos exemplos fabulosos de seres humanos que fazem a diferença, seja montando uma biblioteca na garagem de casa,seja levando cinema para periferia, organizando saraus e rodas de poesia, pintando sua aldeia e se fazendo universal.
SIM, NÓS PODEMOS!!!!!!!!
E devemos fazê-lo.