Minha querida amiga Claudia Notaro me pediu para colocar meus poemas online e agora que eu descobri que Vanessa Goulart é uma poeta surpreendente, fiquei pensando em arriscar.
Na minha adolescêencia eu cheguei até a escrever um livro que acabei não publicando, mas meus poemas acabaram me fazendo viver um momento curioso que eu vou relatar a seguir.
Por volta dos meus doze ou treze anos me apaixonei perdidamente pela obra do Chico Buarque de Holanda e ouvia louvores a sua capacidade de fazer poemas como se fossem mulheres se expressando. Chico sabia como ninguém desvendar a alma feminina.
Lá pelos quinze ou desseseis anos e do alto de minha prepotência juvenil, decidi escrever poemas como se fosse um rapaz.
Tudo passaria absolutamente despercebido se um conhecido que fazia um fanzine não tivesse lido e resolvido publicar um deles.
Eu adorei, é claro, afinal o mundo poderia apreciar o meu talento e criatividade.
Depois desse evento eu percebi que as lésbicas da minha escola passaram a me tratar de um modo especial, com uma certa deferência, um certo cortejamento.
Achei aquilo divertido e nem me preocupei em desfazer o mal entendido, até que alguns meses depois eu comecei a namorar... um HOMEM.
O grupo que antes me apreciava sobremaneira passou a me destratar, se dirigir à mim de forma rude, como se eu fosse uma traidora, uma enrustida,uma fraude.
Esse episódio me ensinou duas coisas: é uma tremenda estupidez segregar alguém, seja por raça,religião ou sexualidade.A diversidade nos torna fortes,a mesmice nos enfraquece.E nunca podemos nos guiar pelas aparências.
Desde então eu norteio minha vida e minhas escolhas com a máxima liberdade, buscando na essência de cada um aquilo que importa e constrói e a segunda coisa que eu aprendi é que prá chegar aos pés do Chico Buarque, eu tinha muito o que viver e aprender. rsrsrsrsrsrs
De qualquer maneira eu vou publicar o poema e vocês tirem suas próprias conclusões. Só me deêm um desconto, afinal de contas, aos 17 anos ninguém é genial, nem eu.kkkkkkk
Morena,tô louca
Prá beijar tua boca
Tão rouca
Quero sentir seu pelo
Roçar minha pele
Sentir seu cabelo
Sentir-me um herege
E após uma noite
De amor, Morena
Eu quero beijar tua
Boca pequena
E em teus lindos braços
Morena, de amor
Morrer.
Lindas Morenas
ResponderExcluirque sejam sempre bem vindas,
e tua poetiza tb.
Me inspire sempre Amiga,
Saudações
Claudia Puget
Oi, Amiga, adoooooorei você por aqui, volta mais vezes.
ResponderExcluirQue a vida e a liberdade de ser o que se é estejam sempre acima de quaisquer conceitos e preconceitos!!!!
Não consegui imaginar, sabendo que foi vc que escreveu, que era um homem escrevendo.... Daí, imaginando vc escrevendo, te vi gay... até aí tudo bem, no problem... Mas sabendo que vc não é gay, e que adora " AQUILO " entendi o sentimento de traição que as meninas sentiram...
ResponderExcluirFora isso... se cuida CHICO!!!!
Eu sei... sou complexa....kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
KKKKKKKKKKKKK, melhor complexa do que complexada!!!!! E lembre-se sempre: "Melhor pedras no caminho do que pedras nos rins." kkkkkkkkk
ResponderExcluirEsse negócio de mesmo sexo é tão difícil prá mim que nem servi o exército...de resto, uma poesia é o território da liberdade, onde tudo pode.
ResponderExcluirO problema é que as pessoas querem transformar esse território em vida real, aí a poesia morre. Ela não aguenta o oxigênio...
Simone, fiquei feliz em te surpreender, mais feliz ainda em te impulsionar a publicar seus poemas engavetados! Adoro! Bjs!
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